Sou professora. Não sou perfeita, mas tento fazer o meu melhor. Leio vários artigos e publicações sobre educação com os quais discordo e outros mais ou menos.
Ouço com frequência colegas meus dizerem que já ajudaram a formar médicos, juízes, atores famosos... Ninguém fala na Mãe, no professor, no auxiliar, na senhora das limpezas... Antes de me preocupar se os meus alunos vão ganhar muito ou pouco, preocupo-me que sejam felizes, que sejam bons seres humanos, que possamos confiar no nosso futuro. Magoa-me que apenas nos lembremos daqueles que chegaram mais acima na tabela hierárquica, porque esses também podem ser os vilões, os tristes, os infelizes... os maus.
Não quero com isto dizer que sou pelos fracos e oprimidos. Não é isso. Na minha sala de aula quero esquecer a sua origem, quero olhá-los de igual forma, mesmo que eles não o façam, quero prepará-los a todos e tocá-los enquanto PESSOA. Quero orgulhar-me das suas ações antes da sua formação profissional, quero que eles cheguem o mais longe que conseguirem no caminho que escolheram, mas que acima de tudo, independentemente, da profissão que escolheram, que sejam seres humanos instruídos em conhecimento e em emoções e que, desta forma, façam sempre um uso consciente das suas escolhas e que sejam capazes de sonhar e de fazê-lo por si e pelo outro.
É por estas e por outras que me recuso a partilhar nas redes sociais as imagens que ilustram este desabafo. Se o dissesse em voz alta, talvez a maior parte interpretasse erradamente o que quero dizer. Não quero parecer humilde, falsa modesta... óbvio que todos nós teremos orgulho do sucesso. O que eu quero dizer é que os nossos alunos não precisam de ser doutores para que nos possamos orgulhar deles, precisam de ser informados e formados.
Os nossos alunos não precisam de pena ou adulação, precisam de respeito pelo que são e pelo que sonham.
Comentários