Olá,
Inocência Perdida é chocante e sofrido. É um livro biográfico de Somaly Mam. Abandonada, vendida, casada à força, violada fisicamente e psicologicamente, foi escrava sexual num bordel. Esta mulher enfrentou o seu destino e escolheu revivê-lo todos os dias ao salvar outras mulheres do tráfico humano, da escravidão social e da morte. Ela conseguiu regatear a sua sorte e funda uma ONG que ajuda as mulheres escravizadas no Camboja.
Também tem um site no facebook https://www.facebook.com/afesip/
Durante a leitura do livro não queria a acreditar que esta história era tão recente, tão atual... senti repugnância por este mundo. Assusta-me o que vou deixar às outras gerações. É atroz o que as mulheres ainda vivem em algumas partes do mundo, é inacreditável que as culturas não se modifiquem com o tempo.
Leiam, por favor. É um livro violento, que nos dá um murro no estômago, mas nos alerta para a triste realidade da escravidão sexual.
A minha edição é da ASA, de 2008 e tem 173 páginas. Custou-me, se não estou em erro, 7 euros no facebook, mas está marcado a 12,60 euros.
"No meu segundo ano na escola, cheguei a ser a primeira da aula. Naqueles dias, sob o regime comunista, os melhores alunos recebiam prémios significativos: rolos de tecido, leite e arroz. Nesse ano, eu recebi dois rolos de tecido, azul e cor-de-rosa. Levei-os para casa de Mam Khon e a mulher dele ajudou-me a cortar e a coser uma camisa cor-de-rosa com um bolso em forma de coração, e uma saia azul. Eram os meus bens mais preciosos, as primeiras roupas novas que alguma vez tinha tido. Guardei aquela blusa até aos meus vinte anos, e ela ardeu junto com a casa de Mam Khon, durante um incêndio."
Escolhi este pequeno excerto por ser dos poucos momentos do livro onde a felicidade espreita. E espreita por tão pouco.
"No meu segundo ano na escola, cheguei a ser a primeira da aula. Naqueles dias, sob o regime comunista, os melhores alunos recebiam prémios significativos: rolos de tecido, leite e arroz. Nesse ano, eu recebi dois rolos de tecido, azul e cor-de-rosa. Levei-os para casa de Mam Khon e a mulher dele ajudou-me a cortar e a coser uma camisa cor-de-rosa com um bolso em forma de coração, e uma saia azul. Eram os meus bens mais preciosos, as primeiras roupas novas que alguma vez tinha tido. Guardei aquela blusa até aos meus vinte anos, e ela ardeu junto com a casa de Mam Khon, durante um incêndio."
Escolhi este pequeno excerto por ser dos poucos momentos do livro onde a felicidade espreita. E espreita por tão pouco.
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