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A mostrar mensagens de julho, 2015

Os filhos do afecto, de Torey Hauden

Este livro apresenta-se escrito na 1.ª pessoa, Uma professora que vive da escola e para a escola, como a tantos acontece, docente de uma disciplina de Estudo Acompanhado, recebe na sua sala aqueles que não se enquadram numa sala "normal". O universo é construído por esta professora, por uma aluna que depois de ter sofrido violência nas mãos do pai não consegue ler, nem reconhecer os números, Lori; um autista, Boo; um inadaptado que viu o pai morrer, Tommaso; e uma criança de 12 anos que está grávida e não se enquadra num colégio religioso, nem numa turma regular. Todos eles vão sendo descobertos aos poucos, com as suas singularidades, belezas e fragilidades. Refletimos em quanto estes miúdos nos passam ao lado, na margem, não conseguem integrar-se num sistema que os quer integrados e não são descobertos num mundo de programas e metas a cumprir. Um livro intenso que nos choca pela nossa insensibilidade, pela nossa vontade de fechar os olhos ao que não é "normal

Farta

Por vezes fico farta que os projetos não possam ser assumidos com o mesmo vigor, responsabilidade e ética que eu os assumo. Não tolero falhas, não tolero desculpas, não tolero insensatez, não tolero faltas de responsabilidade... Tudo na minha vida foi feito em consciência e com consciência, envolvo-me, levo todos os papéis a sério e a peito, não sei fazer de conta que tenho nível, tenho a boca ligada ao cérebro, tenho a vontade pura de esganar os injustos, os tolos, os parvos que assumem tudo a meias e por metade. Visto a camisola, sei ser, ajustar-me, não vivo de falsas promessas, não confio mais que uma vez, não perdoo e não esqueço. Sou amarga? Sim, porque só conto comigo e em mim concebo todos os sonhos do mundo e cada vez que incluo alguém... arrependo-me.

Perdoai as nossas ofensas, de Romain Sardou

Ao início não gostei nada, demasiados pormenores e informação, os nomes das personagens eram difíceis de fixar, enfim...pensei que tinha uma "seca" pela frente, metade do livro foi passado a "mastigá-lo" e a olhar para a prateleira dos que ainda não mereceram a minha atenção. Depois, foi-me entusiasmando e acabei por achá-lo tragável.  Uma história intimamente ligada à igreja e aos seus métodos, por vezes, pouco ortodoxos, para evangelizar infiéis, desenrola-se a história entre os padres bons e maus, a busca de uma verdade escondida, o segredo da personalidade torta dos religiosos... não é uma leitura fácil, mas que acaba por envolver o leitor persistente. "Os dois correios deviam partir com toda a urgência. A primeira missiva era dirigida ao senhor Enguerran du GrandCellier no seu castelo de Morvilliers ou em qualquer local dos seus domínios. Aja selou as duas cartas com o seu anel episcopal: uma cruz e uma máscara. Sem recomendação suplementar, o s