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A mostrar mensagens de setembro, 2007

Clássicos e BD

Verdadeiramente fascinante é, contudo, o trabalho que tem sido desenvolvido por alguns artistas da Nona Arte, encabeçados por um autor sérvio, Aleksandar Zograf: O projecto Dream Comics, que consiste em passar para o papel os sonhos da noite anterior. Zograf e todos os que colaboram com ele neste projecto informal trocam entre eles conselhos e técnicas para evitar o esquecimento daquilo que se sonhou. O resultado é sempre uma surpresa, sempre imprevisível, e potencialmente revelador. Se estivesse vivo, Freud deliciar-se-ia, certamente, com este fenómeno... in Os Meus Livros Música: Seguir com Voçê de Ana D´Araujo

Classicos e BD (parte 4)

"Little Nemo", de Winsor McCay (Livros Horizonte), termina cada uma das suas aventuras caindo na cama, onde as viveu enquanto dormia. Em "Sandman", de Neil Gaiman (Devir) a história é outra. Procurando alcançar a manifestação física da morte, os planos do protagonista não correm como esperado e acaba por se encontrar a braços com o Rei dos Sonhos. Por cá, o destaque vai para José Carlos Fernandes, autor de "O Catálogo dos Sonhos" (Devir), uma história baseada num regime totalitário, que vive em relativa tranquilidade desde que os sonhos foram abolidos. O nosso herói descobre com preocupação que é uma personagem acabada de sair de um Catálogo de Sonhos - proibido, evidentemente - muito procurado por quem deseja escapar à dura realidade. in Os Meus Livros

Clássicos e BD (parte 3)

Uma vez que o objectivo não é fazer uma listagem exaustiva, mas apenas abordar alguns exemplos, viremos a nossa atenção para a BD, onde os casos são diversos e onde se tem feito um interessante trabalho de experimentalismo, forçando as barreiras entre sonho e literatura. in Os Meus Livros

Clássicos e Bd (parte 2)

E porque estamos a falar de clássicos, como esquecer a obra emblemática de Proust, "Em Busca do Tempo Perdido" (Europa-América), na qual o sonho e a sua ligação com a memória têm um papel preponderante. Rumando um pouco mais para Oriente, encontramos um confuso mundo de sonhos, dentro de sonhos, histórias contidas dentro de inúmeras histórias. Falso. Não são inúmeras, são 1001 as histórias das "1001 Noites" que durante gerações têm encantado primeiro árabes e depois ocidentais. in Os Meus Livros

Classicos e BD

Quem nunca esteve em lugares bizarros, com pessoas estranhas, tão diferentes de nós, embora com traços tão semelhantes, sem deixar o leito? Quem nunca embarcou nessas viagens, ao estilo de Gulliver? Embora não faça referências específicas ao sonho, o relato de "Viagens de Gulliver", de Jonathan Swift (Europa-América), é rico em sugestões que fariam as delícias de um especialista da mente, tanto que o próprio Gulliver é acusado de loucura pelos seus pares. in Os Meus Livros

Aquilo que comanda a vida... (parte 3)

Não será coincidência que "As Ruínas Circulares" comece com uma citação de "Alice do Outro Lado do Espelho", de Charles Lutwidge Dodson, (conhecido pelo pseudónimo Lewis Carroll), obra que se seguiu a "Alice no País das Maravilhas" (ambos publicados na Relógio d´Água). Os dois livros têm uma relação forte com o sonho: o absurdo que apenas nessa condição parece versímil. Igualmente interessante para os seguidores das teorias de Freud, é o facto de Carroll transportar para as suas obras diversos elementos da sua vida privada, nomeadamente, daquilo que muitos consideram os seus desvios sexuais. A relação platónica que mantinha com Alice Liddell, filha do deão da Christ Church, onde Carroll leccionava, apontam nesse sentido, tal como as numerosas fotografias de crianças nuas que o autor coleccionava. Matéria-prima para uma análise freudiana que defende, em traços gerais, que o subconsciente manifesta, involuntariamente, os desejos recalcados, sobretudo os de a

Aquilo que comanda a vida... (parte2)

Tantos dos grandes clássicos da literatura vão beber a esta fonte! Vejamos Borges, o autor cuja morte ocorreu há vinte anos e a quem a OML dedica boa parte do seu conteúdo nesta edição. "As Ruínas Circulares", um dos mais famosos contos da colectânea "Ficções", mergulha na vida de um homem que controla de tal forma os seus sonhos que sonha uma personagem perfeita, visível e palpável, apenas o seu sonhador o sabe imaterial. Até que, sentindo que a sua carne não arde nas chamas e que as línguas de fogo não o ferem, o sonhador descobre a terrível realidade, que "ele também era uma aparência, que outro o estava a sonhar". in Os Meus Livros

Aquilo que comanda a vida...

O sonho... esse fenómeno tão misterioso que fascina o homem desde que lhe é dada a razão. É Freud quem estabelece a premissa do sonho ser uma porta semi-aberta para o subconsciente: pela sua análise seria possível descobrir factos passados, frustrações recalcadas. É talvez neste ponto que a mente de Freud se cruza com a literatura. Não são poucas as obras que buscam na imprevisibilidade dos sonhos um mecanismo ideal para manter o leitor cativo, para ligar factos e ocorrências de outra forma inexplicáveis. in Os Meus Livros